Yara Toledo, presidente da SOS Manancial do Rio Cotia
representou a região na conferência da Cúpula Mundial sobre
Desenvolvimento Sustentável
Dez anos após a realização da histórica Conferência
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como
"Rio-92", as Nações Unidas promovem outra conferência voltada
para a questão do desenvolvimento sustentável: a "Rio + 10".
A Cúpula, deverá reunir em Joanesburgo, África do Sul,
de 26 de agosto a 4 de setembro, governos nacionais, agências das Nações
Unidas, organizações não-governamentais e associações empresariais, com o
objetivo de avaliar as mudanças globais desde a Rio-92.
Antes da conferência em Joanesburgo, foi formado um grupo
de trabalho, sediado em Brasília, responsável pela abertura dos canais de diálogo
entre as organizações da sociedade civil e os órgãos governamentais
envolvidos com o tema do meio ambiente no país. Entre as suas iniciativas está
a organização do Seminário Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável:
de Estocolmo a Joanesburgo, também chamado Rio+10 Brasil, que
aconteceu entre os dias 23 e 25 de junho, no Rio de Janeiro, concebido para
ser uma instância de discussão das expectativas e oportunidades apresentadas
pela Cúpula Mundial.
O encontro, convocado pelo Presidente Fernando Henrique
Cardoso e pelos chefes de Estado dos outros dois países anfitriões das
conferências ambientais - o presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, e o
primeiro-ministro da Suécia, Görran Persson - além de tentar reativar os
compromissos assumidos na Rio-92, promover o desenvolvimento sem destruir o
meio ambiente, serviu como um apelo contra o descaso ambiental de vários países,
entre os quais, os Estados Unidos.
Coordenado pelo ex-secretário de Meio Ambiente de São
Paulo, Fábio Feldmam, com o apoio do atual Secretário, José Goldemberg,
reuniu centenas de representante de 55 países do mundo, entre líderes de
Estado, dirigentes de órgãos da ONU, ativistas, cientistas, especialistas em
ambiente e representantes de 45 ONGs (Organizações Não Governamentais) de São
Paulo, entre os quais Yara Toledo, presidente da SOS Manancial,
com sede na Granja Viana.
Segundo a ambientalista Yara Toledo, o evento foi uma
grande oportunidade de conscientização e discussão em prol das causas
ambientais entre as nações, "passar `a África do Sul, as complexas
soluções, não significa, transferir problemas, mas o início da busca de
caminhos de consenso e integração em prol às preocupações; um desafio de
responsabilidade global". Desenvolvimento sustentável e
principalmente, combate à pobreza são metas não só da ONG presidida por
Yara mas de todos os envolvidos na defesa da qualidade de vida e que vêem no
desenvolvimento sustentado o caminho para isso. Para Yara, as diferenças no
futuro das relações entre comércio internacional e Meio Ambiente, dentro da
ALCA – Associação de Livre Comércio das Américas, devem
estimular uma revisão da posição dos governos. "Comércio não é
um fim em si mesmo e o crescimento econômico sustentado deve ser buscado no
contexto deste desenvolvimento, integrando as políticas econômicas, sociais
e Ambientais",
Na ocasião Yara Toledo apresentou algumas propostas para
preservação ambiental, seja na região ou em aspecto geral, além de todas
as contribuições que a SOSMRC vem dando aos trabalhos da Agenda 21, que
foram entregues e protocoladas junto aos organizadores do evento. Entre as
propostas apresentadas, pode se destacar: "Dar importância aos
fragmentos para a conservação da bioma e sustentabilidade dos "gens"(fortalecimento
dos ecossistemas) encontrados nos remanescentes de Mata Atlântica e Mistas (
Cerrado- Capoeira-Atlântica), Ciliar, Várzeas, lagos, acudes e outras que se
destruídas haverá a quebra da contribuição do que não conhecemos de
importância para a medicina, incentivo fiscal para os proprietários destas
áreas de fragmentos".