Recurso de Apelação - Serra Cafezal

 

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público OSCIP

CNPJ 03.259.395/0001-30-

MJ - Processo no. 08000.01868/2000-65

D.O.U. de 22/11/2000 - Registro Barueri no. 130335

SOS Manancial

 

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Água mais cara que Petróleo

 

 

 Brasil Rotário/Agosto/2004

EXCELENTÍSSIMA SENHORA PROCURADORA DA REPÚBLICA EM SÃO PAULO DRA. ROSANE CAMPIOTTO

Processo:  2003.61.00.023370-7

16a Vara Federal

A OSCIP  SOS MANANCIAL, vem à presença da senhora procuradora, pela presidenta signatária, oferecer estes documentos e considerações  a fim de instruir a medida de recurso de apelação da decisão judiciária prolatada na Ação Civil Pública em curso.

Destarte,  releva  que o   Relatório Ortiz 10  já acostado aos autos,  nas   pgs.  5 e 6 assegura que:

II.      Não procedem  os óbices geológicos e geotécnicos alegados

 

À luz  da memória dos estudos ambientais  apresentados pelo Convênio DNER/IME, pela SMA/DAIA 131/96 e posteriormente pelo  Instituto de Pesquisas Tecnológicas  é::

A.       "A Alternativa D é a que apresenta o melhor conjunto, tanto absoluta quanto relativamente em termos de menores riscos quanto à suscetibilidade à erosão de solos e situações atravessadas". Of. cprn/daia 292/95 ,   Secretaria do Meio Ambiente 14/07/95

b.       " ,,,a maior apropriação das alternativa D e depois a F ( nesta ordem), do ponto de vista da erodibilidade dos solos atravessados”,  pg. 76 Estudo Ambiental das Alternativas de traçado lote BR-116- Serra do Cafezal -Convênio DNER/IME .

c.       "... os cortes executados em encostas voltadas para o quadrante N dificilmente apresentam problemas de estabilidade, devendo-se este fato a que o mergulho geral da xistosidade é, como foi dito, para o quadrante Sul '. Estudo Ambiental das Alternativas de traçado lote BR-16- Serra do Cafezal -Convênio DNER/IME .

D.      Foto 7 - Aspectos de um grande corte, com forte inclinação, e perfeitamente estável dada sua orientação favorável em termos da atitude das litologias ocorrentes ( entre KM 348 e 356);

e.       Foto 7b- outro aspecto de um conjunto e cortes no mesmo segmento da BR 116 e em situação semelhante ( entre KM 348 e 356)   Estudo Ambiental das Alternativas de traçado lote BR-116- Serra do Cafezal -Convênio DNER/IME .

F.        As instabilizações identificadas em vistoria, ocorreram  provavelmente pela falta de manutenção sistemática e preventiva dos cortes e dispositivos de drenagemParecer Técnico SMA/DAIA 131/96

g.      ... " na VERTENTE DA MARGEM ESQUERDA DO RIB. CAÇADOR, onde se encontra a PISTA ATUAL e o SEGMENTO 13 DA ALTERNATIVA D, o mergulho das estruturas geológicas é FAVORAVEL À ESTABILIDADE DOS TALUDES, ou seja, OS PLANOS MERGULHAM PARA" DENTRO" DO MACIÇO, NA VERTENTE OPOSTA, ONDE ESTÁ TRAÇADO O SEGMENTO 6 DA ALTERNATIVA F, ESTAS ESTRUTURAS PODEM DESENCADEAR PROCESSOS DE INSTABILIZAÇÃO DE GRANDE PORTE DEVIDO AO MERGULHO DESFAVORÁVEL PARA "FORA " DO TALUDE. PORTANTO PODE-SE AFIRMAR QUE OS FUTUROS CORTES, PARA A CONSTRUÇÃO DA ESTRADA, NAS ENCOSTAS NA VERTENTE DO SEGMENTO 6 DEVEM TRAZER MAIORES PROBLEMAS E PREOCUPAÇÕES QUANTO À ESTABILIDADE DO MACIÇO EM COMPARAÇÃO ÀS ENCOSTAS DO SEGMENTO 13. CONSIDERANDO A POSIÇÃO DAS ESTRUTURAS GEOLÓGICAS EM RELAÇÃO AOS TRAÇADOS PROPOSTOS E AS OBSERVAÇOES EFETUADAS NO CAMPO (Relatório IPT 36.042), pode-se afirmar que O RISCO DE PARALIZAÇÃO DO TRÁFEGO NA RODOVIA, DEVIDO A ESCORREGAMENTOS DE GRANDE PROPORÇÕES EM EVENTOS DE PRECIPITAÇAO ELEVADA E DE LONGA DURAÇAO, É MAIOR NA ALTERNATIVA F -SEGMENTO 6 DO QUE O DE INTERRUPÇAO DAS DUAS PISTAS ( ATUAL E DO SEGMENTO 13) LOCALIZADAS NA VERTENTE MAIS ESTÁVEL." . PARECER TÉCNICO  no 7.904    de 10/04/2001  do  IPT   (fl. 5 )  “

VIII. Inexistência de dados  essenciais para o confronto real   entre as Alternativas  e IncoNsistência dos novos critérios adotados  

A OSCIP  SOS MANANCIAL, destaca também,  este parágrafo do   Relatório Ortiz 10,  da pg. 18:

a.         Sondagens

O DNER através da VEGA Engenharia e Consultoria Ltda., continua omitindo dados fundamentais para o confronto de anteprojeto, já reclamados anteriormente

1.       Embora esse trecho da serra esteja sendo estudado há mais de sete anos, até hoje não foram feitas pelo DNER as sondagens nas diretrizes, para caracterizar os solos, a capacidade de suporte, os ângulos de atrito, obrigatórios para os projetos de muros de contenções, gabiões e dimensionamento dos tubulões de 1,60m de diâmetro que suportam os viadutos.

2.      Qual a profundidade da rocha ou solo que suportará esses caríssimos tubulões de 1,60m. de diâmetro ? Qual a altura desses tubulões ? Como foram orçados ?

3.       Sem as sondagens, os orçamentos feitos para esse SEGMENTO 13 MODIFICADO são totalmente fictícios.

  Outrossim, a SOS MANANCIAL, relata que esteve  presente ,  no encontro promovido  pela  Frente Parlamentar em Defesa da Manutenção e Duplicação da BR116 , ocorrida aos 18/2/2009, no Auditório  Teotônio Vilela da Assembleia Legislativa de São Paulo ,  que  contou com a participação de  dirigentes  da concessionária e do poder concedente, prefeitos, vereadores e lideranças do Vale do Ribeira e debateu o primeiro ano do contrato de concesssão da rodovia  Régis Bittencourt. Ocasião em que a SOS MANANCIAL realizou o encaminhamento público à OBRASCON HUARTE LAIN BRASIL S.A. / Autopista Régis Bittencourt S. A.,  da  PETIÇÃO FINAL EM PROL DAS ALTERNATIVAS DE TRAÇADO E TECNOLÓGICAS PARA O TOPO DA SERRA DO MAR NA AMPLIAÇÃO DA BR 116/SP.PR- EM DISCORDÂNCIA À FRAGMENTAÇÃO DA SERRA S. LOURENCINHO, SUAS CABECEIRAS DE DRENAGEM E DOS HABITATS NATURAIS DESTA MATA ATLÂNTICA DE NEBLINAem especial do setor Iterei,   firmada por 2600 ( dois  mil e seiscentos)  signatários, destacando-se centenas  DE Conceituadas entidades civis  e MUI EXPRESSIVOS MEMBROS DA comunidade Científica, COMUNIDADE ACADÊMICA e  RECONHECIDOS ATIVISTAS NacionaIS e GLOBAIS.  Destas adesões,  mais de 2009 (duas mil e nove) foram  apostas diretamente no site do ”PETITION ON LINE (Fev. 2009), e o reencaminhamento do  Relatório da Sociedade Civil  à OBRASCON HUARTE LAIN BRASIL S.A./ Autopista Régis Bittencourt, de  21 de Maio de 2008 , enfatizando  que  este relatório,  visando garantir  o melhor resultado para defender a VIDA: pleiteia importante item para a manutenção da Autopista Regis Bittencourt; demanda à concessionária  que na duplicação tão almejada por todos  Salve o Topo da  Serra do Mar- Serra São Lourencinho  da FRAGMENTAÇÃO”, condicionando a duplicação a beneficiar os usuários e a conservar e preservar os recursos naturais lá existentes;  contribue  com uma análise de fatos que precedem  o período da concessão .

 

Durante este encontro,  o  Eng. Eneo Palazzi asseverou,  aos presentes,  que  o maior índice  de acidentes ,  conforme as estatísticas levantadas pela Autopista Régis Bittencourt S. A não ocorre na Serra do Cafezal, e , sim sucedem, nas  serras já duplicadas em diretriz independente, entre elas a Serra do Azeite, em frontal  contraposição  ao aludido  pela  juiza federal Dra. Tânia Regina Marangoni Zauhy, na sentença expedida às fls. 6 e 7 ( 2028, 2029) aqui transcrita: O DNIT apresentou contestação alegando, em síntese, que é notória  a redução dos acidentes graves na Rodovia nos setores já duplicados, em contraposição ao aumento dos acidentes nos  trechos não duplicados. .... o  Eng. Eneo Palazzi  considerou também, que o atendimento ao usuário  nas duplicações em diretriz independente, é mais problemático em frontal  contraposição  ao aludido  pela  juiza federal Dra. Tânia Regina Marangoni Zauhy, na sentença expedida às fls. 6 e 7 ( 2028, 2029) aqui transcrita: Afirma que a experiência do DNER/DNIT em todo o corredor físico da BR 116, em situação semelhantes aquela encontrada na pista existente na Serra do Cafezal ( alternativa 13 orignal e 13 modificada)  demonstra que a implanatção da nova pista de duplicação, em diretriz independente da pista existente, sempre se revelou uma providência correta e de elevado alcance estratégico-operacional, citando como exemplo a situação da pista dupla da Serra do Azeite e da pista  dupla implantada no final da Serra do Cafezal.

 

Relata, a SOS MANANCIAL,   que o Superindente do DNIT informou no final deste encontro , que  a sentença ao Processo:  2003.61.00.023370-7,  havia sido publicada, não havendo mais impedimento jurídico para a duplicação.  Nesta oportunidade, foi  replicado pela Dra. Meire Pizelli, presidenta da Comissão de Interesses Difusos e Coletivos, que  afirmou que  desta sentença cabe recurso de apelação.

 

 Enquanto  entidade compromissada primordial e eticamente com a presente e principalmente às futuras gerações, na preservação dos mananciais que restam, aonde quer que ainda existam, agradeço vossos encaminhamentos.

 

“2005-2015 , Decênio Internacional  para Ações pela Água – ONU”

 

São Paulo,  19 de Fevereiro de 2009.

YARA REZENDE A. DE TOLEDO 
Presidenta da SOS MANANCIAL